O método TIF (do inglês Transoral Incisionless Fundoplication, ou Procedimento Transoral de Fundoplicatura) é o procedimento endoscópico no qual se faz o implante do Esophyx. O dispositivo, que fica localizado entre o esôfago e o estômago, já é amplamente usado nos Estados Unidos (aprovado pelo FDS em 2007) e Europa para tratar a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE). Segundo estudos clínicos conduzidos pela Endogastric Solutions, fabricante do dispositivo, cerca de 75% dos pacientes com DRGE ficam livres de medicação, enquanto 82% têm a esofagite completamente cicatrizada após a implantação do Esophyx. A DRGE atinge cerca de 30% da população adulta brasileira e apresenta sintomas como azia, sensação de retorno do alimento ao esôfago; pigarro, dor na garganta e tosse. A intervenção representa uma grande evolução para o tratamento do refluxo crônico no Brasil, pois apresenta baixíssimo risco de complicações, por ser minimamente invasiva, e recuperação bem mais rápida, com eficácia tal qual a cirurgia convencional. A implantação pode ser feita por médicos endoscopistas e por cirurgiões que também tenham treinamento endoscópico. O uso dessa técnica inovadora é indicado em diversos casos. Veja abaixo os principais e saiba se o método é indicado para você: 1- Se seu refluxo é comprovado pela pHmetria, você não tem resposta efetiva ao tratamento medicamentoso ou apenas não quer tomar remédios por toda vida, o método TIF pode ser indicado. De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo e membro Titular Especialista do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Cesar Wakoff (CRM 744220 - RJ), a PHmetria está entre os principais exames realizados para diagnosticar o refluxo crônico. Ele ressalta também que o refluxo, por ser uma doença crônica, não possui uma cura definitiva, mas possui tratamentos que trazem grande efetividade contribuindo muito para a qualidade de vida do paciente. Esses recursos terapêuticos, segundo esclarece o médico, vão desde simples ações clínicas, como a mudança de hábitos alimentares; passando pelo uso medicamentosos, e as intervenções cirúrgicas e endoscópicas. “Mais de 60% dos casos crônicos de refluxo têm efetividade em seu tratamento só mudanças de hábitos e uso de medicamentos. Mas um percentual entre 35% e 40% não consegue e precisa recorrer à cirurgia de fundoplicatura”. Segundo o médico, o procedimento TIF com uso do Esophix, além de resultados efetivos para esses pacientes, é menos invasivo e, portanto, proporciona uma recuperação muito mais rápida. 2 - Se você passou por uma cirurgia bariátrica tipo Sleeve gástrico com fundo residual e o refluxo te faz companhia, o método TIF também pode ser indicado, para que assim sua cirurgia não se transforme em um ”bypass” gástrico. De acordo com o médico gastroenterologista Felipe Matz Vieira (CRM/RJ 52-78331-5), existem diversos dados científicos que mostram o aumento crescente, de aproximadamente de 30 a 50%, de pacientes que desenvolvem a DRGE depois da cirurgia bariátrica do tipo Sleeve, na qual se faz remoção de parte do estômago deixando-o com formato tubular. “Após esse procedimento, em muitos casos, o paciente se torna um doente crônico, com refluxo, normalmente, de difícil tratamento. A solução que existia até certo tempo atrás seria a conversão da cirurgia em um “bypass gástrico”, que é uma cirurgia mais agressiva, já que reduz o estômago e também faz desvios no intestino, não para emagrecimento, mas para alívio da pressão que fica no estômago após a cirurgia Sleeve. “O grande problema de resolver um problema de refluxo transformando um Sleeve em um bypass é que o segundo método traz uma série de deficiências para o paciente sem necessidade. Isso faz com que o paciente tenha problemas de absorção de nutrientes, o que pode provocar anemia crônica e diarréia crônica, por exemplo. Somente por conta do refluxo, essa cirurgia não se justifica. A alternativa do Esophyx seria muito mais interessante, pois esse paciente teria menos deficiências e agressões ao organismo, pois o procedimento é eficaz para tratar o refluxo e minimamente invasivo”, completa ele. O médico aponta que o método TIF seria uma solução nesse caso, mas, para colocar o Esophyx, o paciente precisa ter um pouco do fundo gástrico mantido ou alargado, para criar uma alça usando o próprio estômago. “Como o Sleeve tem um formato tubular, em alguns casos não temos esse resíduo. Contudo, por meio da endoscopia, é possível avaliar se o paciente tem esse remanescente gástrico que permite realizar a válvula endoscopicamente através do Esophyx, fazendo a fundoplicatura endoscópica”, diz ele. Por isso, pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica e sofrem de refluxo, podem avaliar junto ao médico responsável sobre essa possibilidade.